Comecei por alguns conceitos básicos como saúde, carreira, família, amigos e livros. Não necessariamente nessa ordem, mas eu precisaria de uma base pra virar uma primavera sem muitos desgostos. E coloquei uma coisa na minha cabeça: dizer sim a tudo que me aparecesse pela frente e aparentemente me fizesse bem, sem ressalvas.
Para isso, eu tinha que me conhecer (o que eu conheço e muito bem) e aceitar as mudanças, mas não me comprometer com elas, afinal, desafiar minha natureza não me traria felicidade alguma.
A felicidade começa quando esses princípios básicos citados, não cobram justificações sobre a sua essência e simplesmente te aceitam por ser quem é. Talvez esse foi o estágio mais importante da minha busca durante esse ano que passou, a peneira de relacionamentos que eu criei, facilitando laços para vida toda, pois quem agregasse algum valor conseguiria me fazer sorrir e partilharia dessa felicidade.
Talvez felicidade tivesse gosto de amizades novas, de se abrir pro novo, talvez. Talvez? Talvez felicidade fosse se apaixonar por alguém que nunca viu antes e de repente viu e então sumiu. Felicidade é se apaixonar de novo talvez, já que a última paixão não foi pra frente. Felicidade é passar horas no facebook stalkeando e vendo o quão gordas estão quem te julgaram. Ah, feliz fui quando comi o pote de sorvete inteiro sem remorsos. Não, felicidade mesmo é observar o pôr do sol inúmeras vezes e agradecer por isso. Tomar o pior litro de vodka do posto e rir compulsivamente enquanto escuta sua música preferida pela milésima vez, é felicidade. Felicidade é virar o ano com seus melhores amigos, sem frescuras & fricotes. Olhar o céu, pintar um quadro, fazer mil&um planos pro futuro, começar uma língua nova, me atolar em dívidas, fazer mais uma tatuagem, largar a academia, concluir um trabalho, ir em um show, reencontrar amigos antigos, cair na balada todo fim de semana pra desopilar, conhecer gente nova.
Ame em um colchão sujo, ande sem rumo, vá ao cinema sozinho, vá a um karaokê e cante – desopile as tensões, faça uma lista e rasgue-a se mudar de ideia. Recicle.
E chore, chore no metrô e deixe as lágrimas fluírem, nunca as sufoque; em caso extremo, comece a dançar, dançar conserta tudo. Então, escreva isso em seu antebraço para sorrir da próxima vez que precisar chorar.
Guarde os tickets do cinema, as notas fiscais do cartão - não para se culpar, mas para deixar guardado aquele jantar especial da noite passada, as cartas dos ex namorados, os guardanapos manchados, as pulseiras das festas. Tire fotos de tudo e todos. Documente sua vida, escreva quantas vezes quiser, de cabeça pra baixo, vá e volte quantas vezes julgar necessário, amasse o papel e comece de novo, se preciso. Tenha a prova sólida da sua felicidade na sua frente: Sim, esse era eu. Eu vivi, eu amei. Esse sou eu, de corpo e alma. Tudo intensamente, ao extremo, barbarizando os segundos das mil horas vividas.
Talvez tenha sido mais fácil do que eu pensei que seria, talvez tenha sido mais difícil do que dizer ‘sim’ para tudo o que a vida me perguntou & ofereceu. Mais do que tudo, a felicidade é explicada nos pequenos grandes momentos da vida, em cada detalhe, que pode mudar o seu ano.
Considere seus conceitos de felicidade a partir dos meus e veja o espaço que você realmente gostaria de ocupar na sua própria vida. Esse é meu conselho a você.